quarta-feira, 21 de junho de 2017

Como escolher um contador ideal?


Diz uma velha expressão que todo bom administrador precisa ter ao seu lado um excelente advogado e um exímio contador. Mas como fazer para escolher um contador ideal? O que um bom contador precisa fazer?

O sucesso de uma empresa com certeza pode ser medido pela qualidade do profissional de contabilidade, cujo principal objetivo é auxiliar em decisões estratégicas. É por isso que um bom contador não faz apenas os cálculos para averiguar a situação financeira da empresa.
Ele faz muito mais que isso. Ele precisa criar relatórios e demonstrativos recorrentes que vão gerar uma análise de contas com dados essenciais para você tomar decisões assertivas. Para tanto, o contador precisará provar, também, uma grande capacidade analítica para argumentar e orientar o empreendedor a reagir aos diferentes cenários possíveis, de acordo com a realidade da empresa.
E isso vale tanto para encontrar as melhores opções de investimentos como também para minimizar impostos e verificar seu preço de venda e margem de lucro. Mas, sobretudo, um bom contador precisa ser transparente e ter uma relação muito franca contigo. Ele tem que ter a confiança para poder sugerir melhorias e explicar com convicção todos os prazos, cálculos e processos, sempre dando um motivo de cada orientação.

Estabeleça critérios

Além de atender os requisitos acima, o contador ideal vai ter que atender alguns critérios que podem variar de empresa para a empresa. O primeiro deles é a disponibilidade. Você deve se perguntar se ele pode efetuar serviços adicionais e se ele utiliza canais de comunicação ágeis.
Contadores que utilizam a Plataforma Sage, por exemplo, conseguem gerenciar seu escritório contábil completamente online, centralizando todos os processos na nuvem para reduzir o custo operacional. Ademais, todos os processos ficam organizados de uma maneira que o cliente pode visualizar as pendências e visualizar as guias a vencer diretamente no painel de controle.
Talvez um dos pontos mais importantes na hora de usar critérios para decidir um contador ou escritório de contabilidade seja o alinhamento com o seu tipo de negócio. Você precisa analisar se o perfil do contador bate com o da sua empresa em estrutura, quantidade de clientes e quantidade de colaboradores. Será que ele tem experiência com o setor em que você atua? Esta pergunta deve ser feita sempre.
É claro que um bom contador precisa ainda estar atualizado em diversas áreas além da contábil, como também a trabalhista e legislativa. As leis mudam com muita frequência, ainda mais no Brasil, portanto estar antenado nas novidades é um diferencial que você pode buscar. Existem vários programas de qualidade ou certificados (como o ISO e o PQEC) que podem ajudar os contadores a se destacar no mercado.

O que mais levar em consideração?

Depois de entender a importância da escolha de um contador e de estabelecer alguns critérios, recomendamos que você se atente a alguns pontos relevantes antes de escolher o seu contador:

CRC

Verifique se o contador ou escritório de contabilidade está registrado no Conselho Regional de Contabilidade. É somente com este registro que o profissional estará legalmente habilitado para exercer sua profissão.

Valores Adicionais

Tenha em mãos uma cópia do contrato para verificar a possibilidade de serviços adicionais serem realizados e quanto eles vão custar caso a sua empresa necessite. Consulte ainda os honorários cobrados para ver se os valores atendem às necessidades e demandas da sua empresa. Um bom escritório e um bom contador não vão cobrar barato, porém você precisa ter certeza que o valor é justo analisando os serviços prestados.

Tecnologia e comunicação

Tome conhecimento dos canais de comunicação, disponibilidade e ferramentas utilizadas, para conferir e analisar os modelos de relatórios que serão entregues. Portanto, saiba o quão atualizado está o prestador de serviço e se ele atende suas necessidades.

Integração de sistemas

Verifique se os dados e os protocolos fornecidos pelo contador podem ser integrados diretamente com o seu sistema, agilizando todo o processo e reduzindo custos.

Estabeleça consultas periódicas

Contadores organizados estabelecem uma agenda conjunta com datas pré-definidas para enviar documentos e boletins informativos, comunicando mudanças na legislação e debatendo saídas estratégicas para tomar boas decisões. Tenha certeza que você terá um calendário disponível para se comunicar com frequência.

Zele pela transparência e confiança

Qualquer relação perdura com confiança e clareza de comunicação. E isso não é diferente na sua relação com profissionais de contabilidade. Tenha em mente que estes profissionais terão acesso à situação econômica da sua empresa e, por consequência, precisam ser extremamente éticos e respeitar a troca de informações confidenciais.
Via sage

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Contabilidade social: o papel do contador junto às pequenas empresas

Se você torce o nariz ao ouvir falar em empreendedorismo social, talvez este seja o momento de ampliar seus conhecimentos e rever conceitos. Ao estar ao lado dos pequenos empreendedores, você pratica a contabilidade social e não abandona o lucro, como se poderia imaginar. Ao contrário disso, se coloca como parceiro e fomenta o próprio crescimento.

A hora e vez da contabilidade social

Ao pesquisar sobre contabilidade social, você irá se deparar com diferentes conceitos. Entre eles, a contribuição do contador para que a empresa atendida se posicione no mercado de maneira sustentável. Mais do que as finanças, esse tipo de abordagem foca no comportamento do empreendimento e nas consequências dele sobre a sociedade e o meio ambiente.
Para um pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), no entanto, a contabilidade social vai além. Não se trata somente do que o contador faz pela empresa, mas também a quais empresas ele atende.
Em sua pesquisa de mestrado, o contador William Martins de Gouveia destacou a necessidade de prestar mais atenção aos pequenos negócios. Ele aponta três razões principais para defender a maior aproximação da contabilidade com as empresas desse porte:
  • Geram a maior parte dos empregos no país
  • Respondem por uma importante parcela do PIB (Produto Interno Bruto)
  • Influenciam diretamente a comunidade em torno da qual atuam.
As contribuições de Gouveia sobre o tema foram alvo de reportagem no Jornal da USP – veja a íntegra neste link. No texto, ele defende que o momento pede o maior envolvimento de contadores com esse perfil de empresas. É a hora de incentivar a contabilidade social.
Os resultados da sua pesquisa acabaram por reforçar o que já se sabe sobre a fragilidade na gestão de pequenos negócios, que não raro culminam no fechamento precoce de empresas. Entre as deficiências verificadas por Gouveia, estão:
  • Abertura de empresa sem planejamento para sobreviver e crescer
  • Ausência de formação em administração ou gestão de negócios
  • Instabilidade financeira e incapacidade de gerar lucro
  • Predomínio de empresas com pouco tempo de mercado (a mais antiga tinha oito anos).
Agora, caro contador, analise as carências apontadas e responda: você pode ajudar a reverter esse cenário? Se a resposta for sim, faça mais uma reflexão: está você ou não diante de umaoportunidade de fazer o bem e crescer junto de novos clientes?
Nunca é demais lembrar que, ao seguir por esse caminho, você estará se especializando nosegmento mais numeroso do mercado, que concentra a maioria das empresas do país.

Como crescer ao lado do pequeno empreendedor

Um aspecto muito interessante destacado por Gouveia em sua pesquisa de mestrado é o que motiva pequenos empreendedores. Muitos deles decidem abrir um negócio próprio também por acreditarem que farão algo pelo bem da comunidade à sua volta.
Ou seja, além da importância das pequenas empresas para a economia, há também esse aspecto social sobre o qual estamos falando neste artigo. O problema é que muitas ideias acabam abreviadas em razão do desconhecimento do gestor a respeito do que fazer para manter o negócio em pé.
Se essa condição está muito mais para regra do que para exceção nas empresas brasileiras, como observado por Gouveia e outros estudos já publicados, nada mais justo que o contadorinvista na contabilidade social, possibilite aos pequenos negócios sobreviver e cresça junto com eles.

Vença preconceitos

O empreendedorismo social tem o mesmo fim lucrativo que qualquer empresa. Não é por que você atende a um negócio social ou se transforma em um que deixa de ganhar dinheiro. Ser financeiramente recompensado por fazer o bem, inclusive, gera ganhos em dobro.

Acabe com mitos

A pesquisa de Gouveia trouxe apontamentos semelhantes ao recente estudo divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que já foi destaque aqui no blog. Muitos empreendedores de menor porte veem o contador apenas como alguém que o ajuda a prestar contas com o Fisco. Um emissor de guias que só calcula, mas não orienta.
Cabe a você atacar essa visão equivocada. Não sabe como? Mostre o seu valor.

Mostre seu valor ao cliente

O entendimento falho sobre o seu trabalho não é culpa apenas do cliente. É importante fazer uma autocrítica. Se pergunte sobre o que cabe a você para que ele o veja como um verdadeiro parceiro e perceba valor nos seus serviços.
É necessário que o cliente identifique vantagens ao ter o contador ao seu lado. E isso pode se dar na elaboração de um plano de negócios ou de ajustes na estratégia. Pode também aparecer no planejamento tributário, ao pagar menos impostos.
Nunca esqueça, também, do seu papel para melhorar a empresa do ponto de vista financeiro. O seu trabalho é fundamental para que pequenos empreendedores possam ter subsídios para a tomada de decisão no negócio.

Esteja próximo dos pequenos negócios

Quando o contador faz apenas o básico, ele acaba tendo pouco contato com o empresário. Há alguns e-mails trocados, raros telefonemas e quase nunca ocorre uma visita à empresa. Resumindo: a relação é de distanciamento, não de proximidade.
É preciso se mostrar envolvido com a empresa desde o início, interessado no seu projeto e disposto a contribuir efetivamente com seus resultados. Não espere o cliente pedir sua opinião; deixe claro qual o valor dela antes disso.

Ramo da contabilidade social ainda é emergente

O desconhecimento do pequeno empresário sobre o papel relevante do contador é só um dos obstáculos impostos à contabilidade social no Brasil. Embora aposte no segmento como um mercado promissor, Gouveia cita dificuldades encontradas na própria pesquisa. A carência de informações na literatura a respeito é uma delas.
A visão é a mesma exposta no artigo da contadora Maria Lúcia Deitos, especialista em Contabilidade Gerencial, no qual aborda a necessidade do profissional contábil conhecer as especificidades das pequenas empresas. A autora defende a ampliação dos estudos, considerando que a literatura atual ainda está muito dirigida ao segmento das grandes empresas.
Para você, contador, o recado mais relevante é saber que aquele que perceber o valor da contabilidade social antes dos concorrentes sai ganhando. Que tal correr na frente?
Fonte:blogcontaazul