Álvaro Fernando Mota*
Advogado
"O caminho do Brasil para tornar-se mais produtivo, competitivo e eficiente passa por menos impostos e pela sabedoria em se aplicar as receitas tributária".
Impostos têm fatos geradores
fundados numa base econômica. Podem ser cobrados sobre a renda, serviços,
produção, consumo ou sobre a propriedade de bens – para ficar nos exemplos mais
comuns. Então, quanto maior for a base econômica sobre a qual incidem os
tributos (impostos e taxas), maior será a arrecadação.
A regra é clara, mas nem sempre é
observada como devido. Em circunstâncias em que a crise e o poder do Estado são
crescentes, tenta-se ampliar a arrecadação de tributos não com estímulo à
expansão da economia, mas com ampliação das alíquotas. Muitos governantes
acreditam que podem aumentar as rendas públicas com uma mordida maior do leão
sobre a riqueza dos cidadãos.
Em diversos momentos da História,
desde a Inglaterra medieval até a Revolução Americana de 1776 passando pela
Conjuração Mineira de 1792, chegando aos dias atuais, os impostos sempre foram
motivos de inquietação entre aqueles que o pagam compulsoriamente, ou seja, o conjunto
da população que tem renda, presta serviços ou produz bens, possui uma
propriedade e, evidentemente, precisa consumir para se manter vivo e bem.
O Estado moderno avançou
firmemente sobre o contribuinte, ampliando mais e mais a carga tributária. Há o
argumento plausível de que a parte do leão se presta a financiar investimentos
públicos e serviços como a saúde, a educação, a segurança, a justiça. Quando
tudo funciona bem e obras públicas se convertem em benefícios, desenvolvimento
social e econômico, mais qualidade de vida, as queixas contra impostos tendem a
ser menores. No inverso disso, pagar mais e mais impostos gera inquietação e
revolta.
O Brasil dos próximos anos e
décadas pode e deve ser um país no qual os sucessivos governos cuidem de tornar
o Estado tanto mais eficiente quanto menor, para que não pese no bolso do
contribuinte. Avançar sobre patrimônio, trabalho e renda das pessoas para
financiar um Estado agigantado e de eficiência duvidosa não é um caminho nem
para os governos, tampouco para os políticos.
O caminho do Brasil para
tornar-se mais produtivo, competitivo e eficiente passa por menos impostos e
pela sabedoria em se aplicar as receitas tributária. Quanto melhor se investem
recursos do contribuinte, mais se podem expandir atividades econômicas.
Portanto, essa é a questão de fundo: fazer o país crescer para que não se tire
cada vez mais de quem tem cada vez menos.
*Álvaro
Fernando Mota é Advogado, Ex-presidente da OAB-PI e atual Presidente do
Instituto dos Advogados Piauienses – IAP